O racismo tempera com dor e injustiça a história brasileira desde a era colonial. Nosso apartheid racial teve seus capítulos mais sombrios na era escravocrata imposta pelos portuguesas, mas se mantêm como uma grande sombra até hoje, impedindo que a luz chegue às pessoas pretas do país.
Único, complexo e pitoresco, mas igualmente cruel e letal, o racismo no Brasil muitas vezes tenta ser estudado sob a perspectiva do mesmo problema nos Estados Unidos. Isto acaba gerando visões distorcidas e até minimização do problema do preto brasileiro. Por mais que podemos encontrar diversas mazelas em comum, o racismo no Brasil é extremamente peculiar e cruelmente sutil; fala manso mas bate forte.
Entender as causas de um problemas tão complexo que mina a igualdade de nosso povo diariamente não é tarefa simples, mas a leitura de algumas obras importantes pode ser o primeiro passo nessa jornada. A Soul Black Inc selecionou 6 livros que vão ajudar você a entender o racismo no Brasil, bora para nossa lista?
Único, complexo e pitoresco, mas igualmente cruel e letal, o racismo no Brasil muitas vezes tenta ser estudado sob a perspectiva do mesmo problema nos Estados Unidos. Isto acaba gerando visões distorcidas e até minimização do problema do preto brasileiro. Por mais que podemos encontrar diversas mazelas em comum, o racismo no Brasil é extremamente peculiar e cruelmente sutil; fala manso mas bate forte.
Entender as causas de um problemas tão complexo que mina a igualdade de nosso povo diariamente não é tarefa simples, mas a leitura de algumas obras importantes pode ser o primeiro passo nessa jornada. A Soul Black Inc selecionou 6 livros que vão ajudar você a entender o racismo no Brasil, bora para nossa lista?
6 Livros para entender o Racismo no Brasil
O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado, de Abdias Nascimento
Ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras, Abdias Nascimento é um dos maiores nomes do movimento na história. Extremamente relevante, mesmo depois de sua morte.
Nesta obra, Abdias divide histórias próprias, reflexões e críticas, sempre combatendo o mito que existe uma “democracia racial”no Brasil e questionando a versão oficial do estado sobre a condição do preto brasileiro.
Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves
Vencedora do prestigioso Prêmio Casa de las Américas, Um defeito de cor conta a história de Kehinde, uma menina que, aos oito anos de idade, é sequestrada no Reino de Daomé, atual Benin, e trazida para ser vendida como escrava na ilha de Itaparica, na Bahia. Foi eleito o sétimo livro mais importante para entender o Brasil em seus 200 anos de independência pela Folha de S. Paulo.
No livro, Kehinde descreve detalhadamente como foi capturada, como viveu como escrava, como amou, como foi decepcionada, como sofreu, como viajou para encontrar um de seus filhos e como era religiosa.
Além disso, mostra como ela obteve sua carta de alforria e, após seu retorno à África, tornou-se uma próspera empresária, apesar de todos os contratempos e aventuras que viveu. A figura foi baseada em Lusa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participou da famigerada Revolta dos Malês, movimento antiescravagista iniciado por muçulmanos escravizados.
Uma edição recente do livro reúne duas das mulheres pretas mais conhecidas do mundo das artes – a escritora Ana Maria Gonçalves e a artista plástica Rosana Paulino na sobre capa.
“Primavera Para as Rosas Negras”, de Lélia Gonzalez
A União dos Coletivos Pan-Africanistas (UCPA) reuniu e publicou uma compilação intitulada Lélia Gonzalez: Primavera Para as Rosas Negras, que incluí a maioria, se não todos, os escritos da feminista negra brasileira Lélia Gonzalez. Pela primeira vez, a crescente geração de jovens intelectuais e ativistas negros terá acesso a toda a obra da autora que transformou a pesquisa sobre mulheres pretas no Brasil. Raquel Barreto, uma jovem feminista negra que se dedica a examinar a trajetória da autora desde sua dissertação de mestrado, apresenta o livro com atenção e maestria.
“Olhos d’Água”, de Conceição Evaristo
Conceição Evaristo , nesta obra, foca na população afro-brasileira, abordando a pobreza e a violência urbana a que são submetidos .
Sem sentimentalismo, mas de forma poética, a autora conta a história de diversas pessoas pretas do Brasil. Entre elas estão mães, muitas mães, mas também filhas, avós, namorados, homens e mulheres. Os personagens mostram seus vínculos e dilemas sociais, sexuais e existenciais, na diversidade e vulnerabilidade que compõem a condição humana. Na obra, as difíceis circunstâncias que a população afro-brasileira vivem são retratadas com habilidade e firmeza, sem quaisquer idealizações.
Conceição Evaristo é mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense.
Quem tem medo do feminismo negro?, de Djamila Ribeiro
Esta obra reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma série de artigos que Djamila Ribeiro escreveu entre 2014 e 2017, para o blog da revista Carta Capital. No texto de abertura, a filósofa e ativista discute o “silêncio”, processo de apagamento da personalidade que passou e que é um dos muitos malefícios do racismo.
Djamila conheceu escritores que a inspiraram a se orgulhar de sua herança no final da adolescência, enquanto trabalhava na Casa de Cultura da Mulher Negra. Obra essencial para se aprofundar na condição da mulher preta atualmente no Brasil.
"Quarto de despejo", de Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus é uma pioneira na escrita, e sua história já foi CONTADA AQUI no nosso site.
Esta obra representa o trabalho da favelada e empregada doméstica Carolina Maria, que passou anos retratando seu cotidiano com palavras em suas horas vagas do trabalho. Após colecionar tantos textos, buscou diversas editoras para ter sua obra publicada.
Os nãos pareciam intermináveis, as editoras sequer liam os rascunhos, achavam que uma favelada jamais poderia escrever um clássico da nossa história da arte.
Persistente, Carolina Maria finalmente encontrou sorte na vida depois de mais de 4 décadas de sofrimento, como ela mesmo disse em uma entrevista: “23 anos de miséria na roça e 22 anos de miséria na cidade”.
Em 1960, apenas dois anos após sua descoberta por um jornalista, seu livro foi publicado e virou rapidamente um sucesso de vendas. Carolina Maria de Jesus recebeu homenagens da Academia Paulista de Letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo, além de receber um título honorífico da Orden Caballero del Tornillo, na Argentina, em 1961. Leitura indispensável para entender a vida nas favelas na década de 50
Agora é só comprar seu favorito e aumentar seu conhecimento!