Este mês a comunidade musical celebrou os 90 anos de uma das maiores lendas da música americana.
Quincy Jones é músico, empresário, compositor e produtor musical. Poucos nomes conseguiram manter uma carreira prolífica e influente ao longo de incríveis seis décadas.
Os primeiros passos
Nascido em 14 de março de 1933, em Chicago, Illinois, Jones começou sua jornada musical como trompetista e pianista, mas seu talento e paixão pela música logo o levaram a explorar vários gêneros e papéis dentro da indústria.Na década de 1950, Jones começou sua carreira como músico de jazz, tocando com nomes como Ray Charles e Lionel Hampton. Ele então passou a trabalhar como arranjador e maestro para vários artistas, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, entre outros.
o jovem Quincy logo estabeleceu a reputação de ser um gênio musical extremamente inovador, misturando diferentes estilos e gêneros para criar sons únicos e inéditos.
Produtor
Nos anos 60, Jones começou a produzir discos e rapidamente se estabeleceu como um dos profissionais mais bem-sucedidos e procurados da indústria. Ele produziu álbuns para Michael Jackson, incluindo seu aclamado álbum "Thriller", que se tornou o álbum mais vendido na história da música.
Jones também produziu álbuns para outros artistas icônicos, como Aretha Franklin, Ray Charles e seu amigo de longa data, Frank Sinatra.
Prêmios e reconhecimento
Ao longo de sua carreira, Quincy Jones ganhou inúmeros prêmios, incluindo 28 prêmios Grammy, um Grammy Legend Award e um Grammy Lifetime Achievement Award.
Ele também foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame, no Songwriters Hall of Fame e no Jazz Hall of Fame, mostrando toda sua versatilidade na arte.
Quincy Jones e o Hip Hop
Jones sempre foi mais conhecido por suas contribuições ao jazz e à música pop, mas seu impacto no hip hop não pode ser ignorado.
O estilo de produção de Quincy Jones foi uma grande influência para os beat makers de rap. Seu uso inovador de samples e camadas em suas tracks é adotado por produtores até hoje.
Sua colaborações também deixaram uma marca no gênero. Em 1989, ele produziu o álbum "Back on the Block", que contou com a participações de diversos rappers de renome na época, incluindo Big Daddy Kane, Ice-T, Kool Moe Dee e Melle Mel. O álbum foi um sucesso comercial e de crítica e ajudou a preencher a lacuna entre o hip hop e o jazz.
O trabalho de Jones no cinema e na televisão também teve impacto no estilo. Suas partituras para filmes como "A Cor Púrpura" e "No Calor da Noite (In the Heat of the Night) " foram sampleadas por produtores de hip hop, enquanto seu trabalho na série de televisão "The Fresh Prince of Bel-Air" ajudou a introduzir o gênero para o público em geral.
Quincy Empreendedor
Ao longo de sua carreira, Quincy Jones demonstrou um grande senso de negócios e uma vontade de assumir riscos, o que o levou ao sucesso na indústria da música e fora dela.
Um dos empreendimentos comerciais mais significativos de Quincy Jones foi a criação de sua própria gravadora, a Qwest Records, em 1980. Na época, Jones já era um produtor e arranjador de sucesso, tendo trabalhado com artistas de peso. No entanto, ele viu uma oportunidade de ter mais controle sobre sua própria música e sobre o trabalho de outros artistas abrindo seu próprio selo.
A Qwest Records foi um sucesso imediato, em parte graças à extensa rede de contatos de Jones na indústria musical. O primeiro lançamento da gravadora, "The Dude" do próprio Quincy Jones, ganhou disco de platina e lhe rendeu vários prêmios Grammy. A Qwest Records lançaria álbuns de vários artistas, incluindo Tevin Campbell, George Benson e Patti Austin.
Além de seu trabalho na música, Quincy Jones também esteve envolvido em vários outros empreendimentos comerciais ao longo dos anos. Ele foi um dos primeiros investidores da Starbucks, que desde então se tornou uma das maiores cadeias de café do mundo. Ele também fez parte da criação de várias outras empresas como a gigante de mídia e entretenimento Time Warner.
Jones também foi co fundador da Vibe Magazine, uma verdadeira bíblia da cultura urbana.
Jones recentemente criou a empresa de educação musical Playground Sessions, que oferece aulas de piano online para pessoas de todas as idades e níveis de habilidade. Jones também esteve envolvido no desenvolvimento de uma nova plataforma de mídia chamada Qwest TV, que oferece conteúdo de vídeo de alta qualidade relacionado ao jazz e outros gêneros musicais.
90 anos de muita energia
Quincy ainda está ativo na indústria musical. Mesmo aos 90 anos, ele continua a inspirar e orientar a próxima geração de músicos.
Nos últimos anos, Jones trabalhou em vários projetos, incluindo a produção da aclamada série de documentários "Soundbreaking: Stories from the Cutting Edge of Recorded Music". Ele também atuou como jurado no show de talentos "American Idol" e colaborou com vários artistas, incluindo Mark Ronson e Lionel Richie.
Olhando pelo próximo
Quincy Jones esteve ativamente envolvido em filantropia durante toda sua carreira, sempre com foco em educação e artes. Ele fundou a Fundação Quincy Jones, que visa capacitar jovens carentes por meio da educação musical.
Jones também tem diversos projetos filantrópicos na África. O envolvimento de Jones com a África começou na década de 1980, quando ele foi convocado pelas Nações Unidas para produzir o álbum "We Are the World", que tinha como objetivo aumentar a conscientização e os fundos para o combate à fome na Etiópia. A música, que contou com alguns dos maiores nomes da indústria, se tornou um grande sucesso e arrecadou mais de $ 63 milhões para a causa.
Depois do sucesso de "We Are the World", Quincy co-fundou a organização "USA for Africa", que visa fornecer ajuda e recursos aos países africanos necessitados. Ele também atuou como presidente da Associação de Cônjuges dos Embaixadores Africanos, uma organização dedicada a promover a cultura africana e apoiar esforços humanitários no continente.
O envolvimento de Jones com a África também se estendeu à educação. Ele estabeleceu o Quincy Jones Musiq Consortium, que fornece programas de educação musical para escolas na África do Sul. O programa visa ajudar os alunos a desenvolver seus talentos musicais e criatividade, além de fornecer a eles habilidades essenciais para a vida.
Em reconhecimento ao seu trabalho humanitário, Jones recebeu inúmeros prêmios e homenagens. Em 2001, ele recebeu o prestigiado Polar Music Prize por suas contribuições à música e causas humanitárias. Em 2010, foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNESCO para a promoção da diversidade cultural.
O compromisso de Jones com causas humanitárias na África tem sido um exemplo brilhante do impacto positivo que a música e a cultura podem ter no mundo. Seu trabalho ajudou a aumentar a conscientização e arrecadar fundos para causas importantes, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades de educação e intercâmbio cultural. Seu legado serve de inspiração para músicos e humanitários, lembrando-nos do poder da música e da importância de retribuir às nossas comunidades.
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