O plano de sustentabilidade e ESG A sustentabilidade no Festival Motriz iniciou na segunda edição, e neste ano de 2024 avança na promoção de práticas mais responsáveis e equitativas no festival, ampliando as ações com estratégias alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cumprindo pelo menos oito objetivos, gerando benefícios que incluem maior transparência, inovação e fortalecimento do projeto, que assume não apenas por uma escolha responsável, mas por uma necessidade urgente, focando nos aspectos como: gestão de resíduos, mobilidade sustentável, diversidade e inclusão, garantia de recursos de acessibilidade fílmica e escolha do espaço do Complexo Cultural de Planaltina que garante a estrutura de acessibilidade arquitetônica para pessoas com deficiências, sensibilização do público para a importância da sustentabilidade, governança, entre outros.
O trabalho foi árduo, repleto de desafios e conquistas. Quem nos contou essa jornada foi Luana Barros, Engenheira Ambiental e especialista em licenciamento ambiental, que junto à empresa Ariranha, esteve à frente das ações sustentáveis do evento. O trabalho de Luana e sua equipe trouxe não apenas avanços significativos, mas muitas lições valiosas para o futuro de eventos comprometidos com a sustentabilidade social e ambiental.
O grande obstáculo inicial foi garantir que a separação dos resíduos fosse eficiente. O festival adotou três categorias: recicláveis, orgânicos e rejeitos. Parece simples, mas a execução exige muito mais do que colocar lixeiras no local. A adesão do público e dos organizadores é um fator crucial, e muitas vezes a falta de conhecimento impede que as pessoas façam a separação correta.
Para enfrentar isso, a equipe de sustentabilidade personalizou as lixeiras com adesivos explicativos e manteve uma comunicação constante com os responsáveis pelos food trucks e com a equipe de limpeza. A ideia era tornar a tarefa de separar resíduos fácil e acessível para todas as pessoas presentes, explicando o impacto positivo dessa ação. Inclusive, houve até iniciativas educacionais e formativas no espaço de sustentabilidade, onde o público era incentivado a adotar essas práticas.
A logística para gerir os materiais orgânicos, recicláveis e garantir sua destinação adequada requer uma logística bem estruturada, e exigiu parcerias sólidas para garantir que cada resíduo tivesse a destinação correta e gerasse impacto sobre a sociedade.
Uma parte fundamental desse processo foi a comunicação. Sem ela, as ações sustentáveis do Motriz não teriam o impacto desejado. A equipe de sustentabilidade trabalhou em conjunto com o Eestúdio Gunga – comunicação, design e audiovisual – que coordenou a comunicação do evento e criou todos os materiais gráficos com o uso de softwares livres, criando um calendário de publicações que antecipava e informava ao público ações sustentáveis do Motriz.
Desde as semanas anteriores ao festival, foram promovidas campanhas nas redes sociais orientando os participantes levassem copos reutilizáveis, doassem alimentos e contribuíssem com as ações sustentáveis de coleta de resíduos. No evento, a comunicação seguiu forte, com cartazes informativos espalhados pelo local, além de postagens que detalharam as ações em tempo real. Foi uma experiência inspiradora ver como as pessoas se engajaram. Muitos trouxeram resíduos eletrônicos para descarte, aproveitando a oportunidade para fazer parte dessa corrente de transformação. Um exemplo marcante foi o de um senhor que, após procurar pontos para destinar os resíduos eletrônicos em Planaltina sem ter sucesso, conseguiu destinar corretamente os resíduos eletrônicos de sua loja de manutenção de eletrônicos.
O Motriz de 2024 trouxe inovações também em termos de materiais sustentáveis. A parceria com o Projeto Compostar, que forneceu bombonas para coletar os resíduos orgânicos, ou seja, os restos de alimentos gerados pelo evento, tornou viável o processo de compostagem. Outro destaque foi o uso criativo do tecido da cenografia da edição anterior do Motriz, que foi reaproveitado e transformado em eco-bags, que parte foram vendidas e outra parte oferecida gratuitamente a pessoas convidadas durante o evento. Outra ação importante foi o reuso dos materiais cenográficos do Festival Latinidades – Vem ser Fã de mulheres negras – 2024, que doou os materiais para criação do cenário do Motriz.
Além disso, ações educativas marcaram a diferença no festival. Treinamentos específicos foram realizados com os fornecedores dos food trucks, com a equipe de limpeza e com os participantes do evento, assegurando que todos estivessem preparados para lidar com os resíduos de forma correta e eficaz. Para completar, uma oficina de sustentabilidade, que ainda será realizada em escolas públicas, ampliará o conhecimento ambiental das futuras gerações do nosso país.
As parcerias foram essenciais para o sucesso das ações. Iniciativas como o Tapa na Tampa, que coleta tampinhas de garrafas para financiar a castração de animais, e a Cia do Lacre, que utiliza lacres de latinhas para confeccionar acessórios e roupas, trouxeram um impacto social significativo. A Cooperativa Flor do Cerrado garantiu o destino correto dos resíduos recicláveis, enquanto o Projeto Compostar transformou os resíduos orgânicos em adubo, fechando o ciclo desse tipo de resíduo. Outra parceria importante foi com a ONG Programando o Futuro, que coletou resíduos eletrônicos, além de outras iniciativas que contribuíram para causas sociais, como a distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade e de alimentos para o Lar de Idosos Crevin.
As lições aprendidas no Motriz 2024 deixam claro que, com determinação e planejamento, é possível fazer a diferença. A criação de uma rede de parcerias foi essencial, e o evento conseguiu causar impacto positivo, mesmo após seu término. A antecipação e o planejamento, que começaram três meses antes do festival, foram fundamentais para que todas as ações sustentáveis fossem bem-sucedidas. A experiência deixou um legado, com dados coletados e relatórios que servirão de base para os próximos eventos, garantindo que as ações futuras sejam ainda mais eficazes e, quem sabe, inspirem outros festivais a seguir o mesmo caminho.
Ao adotar essas práticas sustentáveis, o Motriz contribui na redução do impacto ambiental, apoia a economia local, promovem a curto, médio e longo prazo a conscientização ambiental e ajuda a melhorar a qualidade de vida das comunidades envolvidas.
O Motriz Festival de Cinema de Planaltina mostrou que, quando todos trabalham juntos por uma causa maior, o impacto é real, positivo e transformador para toda a sociedade.
Equipe Sustentabilidade
Renato Muzzolon JR
Luana Barros
Lela do Cerrado
Ariranha – Coordenação de ESG
Cleide Moraes – Coordenação de sustentabilidade Social
Ricardo Bernardino – Assistente de sustentabilidade
Adriana Gomes – Coordenação Geral de Produção do Motriz Festival de Cinema